MANHÃ DE CAMPO E ABERTURA DA COLHEITA DO TRIGO FORAM MARCO HISTÓRICO PARA A REGIÃO DE ATUAÇÃO DA COTRICAMPO

Evento promovido por COTRICAMPO e Canal Rural teve a participação de mais de mil pessoas, evidenciando a relevância produtiva deste cereal para o Brasil.

A programação realizada pela Cotricampo, em parceria com o Canal Rural, foi um grande sucesso nesta quinta-feira (09), em Campo Novo. Pelo menos mil pessoas circularam pelo Campo Experimental da cooperativa, aproveitando a Manhã de Campo e a Abertura Nacional da Colheita do Trigo. Produtores rurais, profissionais de diferentes ramos do agronegócios, estudantes, professores, lideranças setoriais e autoridades, marcaram presença.

Entre 8h30min e meio-dia, a programação foi concentrada nas cinco estações temáticas propostas pelo Departamento Técnico (Detec Cotricampo), na tradicional Manhã de Campo da cultura do trigo, principal cereal de inverno da região.

Mais de 20 cultivares foram apresentados ao público pelas obtentoras parceiras, que utilizam a área experimental da Cotricampo para testar as melhores variedades e insumos.

A CCGL novamente foi parceira do evento, com a contribuição de dois profissionais: o engenheiro agrônomo Tiago Hörbe trabalhou a temática do posicionamento de cultivares de trigo e soja. Já o engenheiro agrônomo Mario Bianchi, foi responsável por conduzir uma estação temática sobre soluções em manejo de azevém na cultura do trigo.

A Bioagreen, uma das empresas apoiadoras das atividades desenvolvidas neste dia 9 de outubro, trabalhou em um espaço temático a questão do uso de bioinsumos na agricultura, mobilizando seu time de profissionais.

Já o coordenador do departamento técnico da Cotricampo, o engenheiro agrônomo Rodolfo Richter, foi responsável por apresentar aos participantes a questão do trigo no sistema produtivo e seus benefícios para a soja, a partir de estudos de campo desenvolvidos na área experimental e na região de atuação da cooperativa.

Evento histórico marcou a Abertura Nacional da Colheita do Trigo
Logo após o almoço, a programação teve como foco um evento inédito: a Abertura Nacional da Colheita do Trigo, a partir de uma aliança estratégica estabelecida pela Cotricampo e pelo Canal Rural. A temática central do evento foi: autossuficiência, segurança alimentar e soberania.

Diversas autoridades participaram da abertura da programação, às 14 horas, recepcionadas pelo presidente da Cotricampo, Gelson Bridi, e pelo prefeito de Campo Novo, Pedro dos Santos. Entre elas estavam o vice-governador, Gabriel Souza, o representante da presidência da Assembleia Legislativa, deputado Aloísio Classmann, o secretário de estado do Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, o secretário de estado adjunto de Desenvolvimento Urbano, Fernando Classmann, o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, o deputado estadual Rafael Braga, e o presidente da Emater-RS/Ascar, Luciano Schwerz.

O presidente da cooperativa, Gelson Bridi, em sua fala institucional, comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor tritícola. “É um dever nosso, enquanto lideranças, de fazermos algo. Arregaçar as mangas, trazer esse debate para nossa região, pautando questões importantes e podendo trazer resultados de rentabilidade para os produtores rurais em um futuro próximo”.

O vice-governador, Gabriel Souza, destacou os números da safra de trigo deste ano, que colocam o Rio Grande do Sul como o maior produtor do país. “Este ano vamos ter uma safra de trigo de cerca 3,7 milhões de toneladas. Tivemos uma safra um pouco maior no ano passado, que foi muito superior a de 2023. Em 2024, superamos o Paraná como o maior Estado brasileiro produtor de trigo. E, naturalmente, o trigo é fundamental para a segurança alimentar do país, já que é matéria-prima para diversos alimentos”, avaliou o vice-governador.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de trigo no Rio Grande do Sul representa quase metade da produção nacional, projetada em 7,5 milhões de toneladas. Mesmo com uma redução na área plantada, de 1,3 milhão para 1,15 milhão de hectares, o Estado mantém a liderança graças ao bom desenvolvimento das lavouras. De acordo com a Emater/RS, 46% das áreas estão em fase vegetativa, 32% em floração e 22% em enchimento de grãos, com boas condições de produtividade. A continuidade de um clima favorável é o principal fator para manter as projeções positivas.

Durante o evento, Gabriel Souza ainda falou sobre o apoio do governo gaúcho para os produtores, por meio de programas como Terra Forte e Milho 100%, além do aporte de recursos via Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) para viabilizar a prorrogação de prazos para pagamento de dívidas com o Banrisul. O Irriga+RS destina até R$ 100 mil por propriedade para subsidiar projetos de irrigação. Até agora, 966 projetos já foram aprovados e irão ajudar a aumentar a área irrigada no Estado. Essas ações integram a estratégia do governo estadual de tornar a produção agropecuária mais resiliente e sustentável, garantindo maior segurança hídrica, eficiência logística e estabilidade de renda para os produtores.

O prefeito de Campo Novo, Pedro dos Santos, falou sobre a importância para a região Celeiro de estar em evidência mais uma vez a partir de um evento fundamental para o debate sobre melhorias para a cadeia produtiva do trigo. “O município de Campo Novo está honrado em poder receber um evento de tamanha envergadura”, destacou.

Fórum do Trigo apresentou temas fundamentais para a cadeia produtiva do cereal
Dando sequência à programação, foi realizado o Fórum do Trigo, com três painéis que apresentaram questões bastante importantes para a sustentabilidade e o fortalecimento da cadeia produtiva do trigo.

Primeiramente, o consultor Jonathan Pinheiro, da Stonex Consultoria, trouxe um panorama sobre os cenários nacional e internacional do trigo, pontuando aspectos importantes para a atual safra. “Essa é uma temporada em que temos um aumento da oferta global, chegando a um recorde de produção mundial, com 816 milhões de toneladas. Esse crescimento acontece a partir de novas tecnologias que estão sendo empregadas, trazendo excelente rendimento no campo”.

O segundo painel da tarde teve a participação do chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, e de dois profissionais do INTA – Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária: a engenheira química, Leticia Mir, e o engenheiro agrônomo e pesquisador, Guillermo Donaire.

Os profissionais do país vizinho, apresentaram aspectos importantes sobre o potencial do cultivo e da produtividade do trigo, uma das principais culturas agrícolas da Argentina, a partir do programa de melhoramento desenvolvido pelo INTA, a partir do campo experimental localizado na cidade de Marcos Juárez.

Jorge Lemainski, que chefia o escritório da Embrapa Trigo em Passo Fundo, no norte gaúcho, apresentou um cenário bastante otimista para a cultura do trigo, com avanços genéticos, de aumento de área cultivada no Sul e na região Centro-Oeste, garantindo melhor competitividade para a cultura e para os produtores. “A nossa expectativa, em um cenário promissor, é que o Brasil atinja, no máximo em cinco anos, sua autossuficiência em trigo, produzindo no país todo o cereal que é consumido internamente”, ressaltou.

O terceiro painel do Fórum do Trigo foi a exposição de Arthur Müller, da equipe de agrometeorologia do Canal Rural, trazendo um panorama do clima para os próximos meses no Brasil e, especialmente, na região Sul.

Dinâmica de campo e de colheita do trigo
Finalizando a programação, as lideranças e o público participante acompanharam a dinâmica de campo. Cerca de um hectare de trigo foi cuidadosamente preparado para ser o cenário do momento simbólico de colheita. Localizado dentro do campo experimental da Cotricampo, a área recebeu os cuidados do engenheiro agrônomo, Lucas Kuntzler. “Foram feitos todos os tratos culturais necessários, tais como uma boa dessecação, a escolha da cultivar adequada, controle de plantas daninha e o manejo de doenças, com a aplicação de fungicidas. A questão de adubação de nitrogênio também recebeu atenção especial”, destacou.

Ele também aproveitou para destacar a importância do cereal na área de atuação da cooperativa campo-novense. “Dentro da área de atuação da cooperativa, são mais de 90 mil hectares de trigo cultivados, cereal que é industrializado e distribuído para sete estados, além do RS, a partir das farinhas Cotricampo. Toda essa indústria é mantida a partir do trabalho desempenhado pelos produtores da nossa região, dos associados da cooperativa”, destacou.

Diversas entidades, instituições e empresas parceiras estiveram representadas ao longo do dia: Embrapa Trigo, Emater-RS/Ascar, Farsul, Fetag-RS, Fetraf-RS, Sistema Ocergs, FecoAgro/RS, Uergs, Instituto Federal Farroupilha, 21ª CRE, Escola Técnica Estadual Celeiro, Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Amuceleiro e Acamrece, entre outras.

As empresas apoiadoras e fundamentais para a realização deste evento foram: Bioagreen, Bayer, FMC, Basf, Yara e Stara Menegazzo.


Fonte: Vinicius Bindé Arbo de Araujo (Departamento de Comunicação Social - Cotricampo)

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