FEDERARROZ AVALIA QUE ANÚNCIO DE R$ 300 MILHÕES PARA AUXILIAR SETOR REVELA SENSIBILIDADE E DIÁLOGO

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e outras entidades representativas do setor estiveram reunidas com a direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociando uma antecipação de aporte de recursos para a safra atual visando atenuar a grave situação de liquidez e dificuldades de crédito que passa o setor orizícola. Neste sentido, o presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou uma antecipação de R$ 300 milhões, que seriam destinados em 2026, para a safra atual.
Conforme Pretto, serão R$ 200 milhões em Aquisições do Governo Federal (AGF). O mecanismo é acionado pela Conab quando os preços de mercado do arroz caem abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo. O objetivo é garantir uma renda mínima para os produtores em momentos de excesso de oferta, estabilizando o mercado.
Já outros R$ 100 milhões serão usados para subvenção, através do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) ou Prêmio de Escoamento ao Produtor (Pepro). O objetivo é garantir um preço mínimo para o produtor e ajudar a escoar a produção de áreas com excedente para locais que precisam do grão. Todo esse aporte deverá envolver cerca de 600 mil toneladas de arroz, dependendo do valor do prêmio de escoamento que ainda será definido. 90% desse recurso será para o Rio Grande do Sul.
O presidente da Federarroz, Denis Nunes, avaliou o anúncio como uma ajuda importante para o setor orizícola. “Foi uma reunião produtiva onde mostramos a necessidade, principalmente desse prêmio de escoamento, para ajudar nessa atividade e também possibilitar uma melhor remuneração. E as AGFs também vêm auxiliar o produtor no sentido de estabelecer preços mínimos”, avaliou.
Outra questão que chegou a ser abordada mais uma vez foi a necessidade de redução da área do plantio do arroz em função da crise do setor. Nunes estima algo em torno de 15% de área para um enxugamento de estoque. “ Acreditamos que o produtor está convencido disso, já temos fatos que comprovam essa tendência, o que naturalmente também provoca uma redução do investimento em tecnologia até pela dificuldade de crédito e juros altos”, ressalta.
Foto: Érika Ferraz/AgroEffective
Texto: Artur Chagas/AgroEffective